História do Rotary Club no Brasil

Embora os primeiros passos para a introdução de Rotary no Brasil tivessem sido dados em 1916, somente em 1922 (dezembro) é que se conseguiu a adesão de dezesseis profissionais, de classificações diferentes, dispostos a integrar o Rotary Club do Rio de Janeiro, que conseguiu a aprovação de Rotary International. Em 1920 houve a primeira tentativa, mas o Rotary International recusou em virtude de o quadro social estar integrado exclusivamente por cidadãos americanos residentes no país.

Herbert Coates, embaixador dos Estados Unidos no Uruguai e Recorde Monnsen, seu colega no Rio de Janeiro, trouxeram, em 1916, de Chicago, a atribuição de fundarem Rotary Clubs nas sedes das suas embaixadas. Coates o conseguiu em 1918 e, em 1922, veio ao Rio de Janeiro como representante do Rotary International e conseguiu fundar o Rotary Club do Rio de Janeiro, sob a presidência de João Thomé Saboya e Silva, filiado em Rotary International a 28 de fevereiro de 1923.

O clube cresceu rapidamente, pois em 1924 já se compunha de 45 sócios. O Brasil foi, assim, o quarto país da América do Sul e o sexto da Ibero-América a sediar Rotary. Antes estavam pela ordem: Cuba, México, Uruguai, Argentina e Peru. Em 29 de fevereiro de 1924 instalou-se o Rotary Club de São Paulo, segundo do Brasil, que só um ano depois, a 24 de março de 1925, conseguiu filiação em Rotary International. Dos seus estatutos constavam reuniões quinzenais e o Rotary International exigia que fossem semanais. Embora modificando os estatutos, os Rotary Clubs brasileiros só passaram a realizar reuniões semanais em 1929.

Em fevereiro de 1927 funda-se, com 25 sócios o Rotary Club de Santos, apadrinhado pelos outros dois Rotary Clubs anteriores e por eles assistido. O 4º Rotary Club brasileiro surgiu pouco depois em Belo Horizonte em setembro de 1927, filiado a Rotary International sob o nº 2.701. No mesmo ano funda-se ainda o 5° Rotary Club brasileiro de 1927, em Juiz de Fora. Em 1928 fundam-se Rotary Clubs em Niterói, Petrópolis, Campos, Porto Alegre.

A depressão econômica, que aliás, foi generalizada por todo o mundo ocidental, terá sido uma das prováveis determinantes da brusca retração no surgimento de novos Rotary Clubs, no vasto território do Brasil; em 1929 e 1930, apenas 2 Rotary Clubs se fundaram nesse período: os de Ribeirão Preto e Nova Friburgo. No entanto, a razão maior, que chegou a ameaçar o rotarismo no Brasil, foi, sem sombra de dúvida, o decreto-lei 330, de 18.04.38 da Presidência da República, que proibia "organizar, criar ou manter sociedades, fundações, companhias, clubes e quaisquer estabelecimentos de caráter político, ainda que tenham por fim exclusivo a propaganda ou difusão entre os seus compatriotas de ideias, programas ou normas de ação... a mesma proibição estende-se a sucursais...".

O primeiro impacto desse decreto-lei foi a possibilidade funesta de que fossem obrigados a encerrar as atividades todos os Rotary Clubs então existentes. Com esforço do Rotary Club do Rio de Janeiro e a boa vontade do Ministro da Justiça de então, conseguiu-se contornar a situação substituindo nos estatutos dos Rotary Clubs, a palavra "filiação" (ao Rotary International) por "cooperação". A partir de 1931, pois, ressurgiu o entusiasmo pela expansão, com raras e espaçadas oscilações. Hoje ocupamos o 3º lugar no mundo em número de clubes, superados pelos Estados Unidos e Japão.